sexta-feira, 31 de agosto de 2007

geometria

Talvez gostasse mais de matemática na escola se você fosse meu objeto de estudo. Me perderia no cálculo de suas curvas, na trigonometria dos ângulos da sua boca. Inventaria fórmulas para calcular a área da sua pele macia, o volume de suas pernas. Fuuuuuf³. Log de amor na base dois.

domingo, 26 de agosto de 2007

marcial

Meus lábios marcham pela sua pele pedindo para que esta seja a mais longa de todas as campanhas. Marcham pelo prazer de caminhar. Em círculos, em oitos, em Ts e em tesões. Não encontram resistência, só campo macio e infinito. Por vezes detém-se em nuca ou boca. Porque querem. Nada como marchar em tempos de paz.

domingo, 19 de agosto de 2007

domingando

Reúno na memória os elementos de nossa já quase não curta história. É bom lembrar de você. Aqui de longe, tento adivinhar qual seria seu prato no almoço, se você gostaria do sorvete. Penso com tanto carinho, querendo que você viva e com a certeza de que está pensando um pouquinho em mim também. Não é que gostei desse tantinho de saudades?

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

solução?

Tenho sede. Todos os dias, quando chego em casa de madrugada, viro uma garrafa de plástico reutilizada pela enésima vez. A sede não passa. Todas as tardes, quando chego ao trabalho, a sede aperta. Garganta seca, vou ao filtro. E nada. Ao meu lado quase todos têm sede. Muitos têm mais sede do que eu. Não é por isso, mas não me sinto à vontade de dizer que tenho sede e que a água não a cura. Talvez por parecer óbvio. "Tenho sede". "Beba". "Já bebi, não adianta". "Beba até que adiante. Esse problema tem solução clara. Beba, beba, beba". Fico de barriga inchada, mas a sede não passa. A sede pesa. Drena o ânimo, escoa a criatividade, seca a confiança. Dêem licença, vou buscar um copo d'água.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Pangéia

Pé ante pé vai até a porta, sempre destrancada. Escorre silencioso por sala e corredor. Quieto, besta-fera selvagem... Entra de mansinho e deita. "Oi, como você demorou...", sorri ela. Mais alguns movimentos e pronto. Sem nenhum maremoto, o lindo litoral nordestino se aproxima da costa da Nigéria e, placas tectônicas suaves, repousa. Aos poucos as respirações entram em compasso. Nenhuma noite é longa o suficiente. Nenhuma palavra diz o bastante.






dívida



Prometi para um noveleiro freqüentador do blog há três semanas. Aqui está.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

you only live once

Por vida, é preciso ter o coração partido e partir outro. Para saber como dói e para entender a responsabilidade que se tem. Por vida, é recomendável amar pelo menos duas vezes. Uma para se encantar e outras para comparar. É também recomendável ser odiado pelo menos uma vez. Para se aprender a não gastar tempo com quem desgostamos. Por vida, são aceitáveis alguns momentos tão confusos que nos façam chorar. Porque precisamos entender que, embora todos os atos tenham conseqüências, não somos capazes de tudo. Por vida das dúvidas, é melhor assim. Nunca sabemos onde vamos chegar.