quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

pega a prancha

Percebe que o tempo fica mais lento quando você chega? Cada movimento é amplificado, e os relógios páram numa revoada de cabelos. Quanto tempo, somado tudo, será que passarei te observando? Será que saberemos nos proteger dele, no nosso casulo feito de ternura e verdade? Ontem vi que quero e acho que sim.

Pode vir, tempo. Você é uma marola que vira onda, maremoto e depois tsunami, mas nós vamos te surfar. Até o final.

sábado, 15 de dezembro de 2007

talvez eu só esteja com fome

Às vezes sinto saudade de um cheiro genérico de restaurante de hotel, ou de restaurante de ir aos domingos, que aparece repentinamente. Não é propriamente um cheiro bom. É de comida bem feita, mas com certa dose de industrialização que conferia diferença do dia a dia. Lembra ocasiões especiais. Ou melhor, sentimentos especiais. Acolhimento, birra na hora de dormir e outras dessas coisas que passam rápido. Não sei de onde vem, e a expressão que o acompanha é quase sempre de incerteza. De balanço entre erros e acertos nessa minha ainda curta vida. E para onde vou com tudo isso debaixo do nariz?

Eu fico quieto. Odilo, não. Ele lembra dessas coisas com alegria e sorrisão. Pega logo as fotos para mostrar ao interlocutor, mesmo que ele não quera vê-las. E quem diz "não, Odilo, não quero ver as fotos da sua infância; ela foi igual à minha na essência e tira esse sorriso do rosto". Você diria? Eu diria. Mentalmente, só.

O que para mim vira dúvida, nele vira ansiedade. Qual será o jeito mais aprazível de lidar com nossas vontades indizíveis, com nossos pequenos tormentos, eu não sei. Sei que contar isso me deixou um pouco mais feliz.

Conheça Odilo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

temp

Cuidado, amigo. O tempo não quer saber de você. Ele não vai pedir licença, nem por favor, e muito menos desculpa. O tempo não erra. O tempo pode corroer mais que maresia. E pode dar intimidade. Só não deixe-o sem resposta. Como assim? Não é porque ele vem atropelando que se deve temê-lo ou entregar os pontos. Mas adianta brigar com o tempo? Não. O que se faz é proteger as coisas dele. E da falta dele. É.