sábado, 28 de junho de 2008

cadente

Disseram a ela que, se quisesse ser cadente, deveria escolher um momento muito, mas muito especial para aparecer. A estrela ficou cabisbaixa, sentadinha em alguma nebulosa a observar a Terra, sem contudo achar algo tão especial assim. Quase só via pessoas brigando, enganando, corrompendo, sujando. Os poucos amores e coisas bonitas que passavam pareciam fugazes demais. Às vezes até um pouco artificiais. Romances que seguem a cartilha das comédias românticas, que em 15 minutos entregam o enredo inteiro. Foi então que, no fim de uma noite fria, observou lá de longe, serpenteando balançante pela serra, um carrinho iluminado, carregando apenas duas pessoas, mas impregnado daquilo que esperava. Rapidamente ela se levantou e pulou, tentando brilhar o máximo que podia. Pouco antes de sumir, jurou ter ouvido lá de longe: "olha, que lindo!". E acabou-se num eterno sorriso.

3 comentários:

Fabi Uchi disse...

Imagina que linda ela esperando toda ansiosa pra pular da nebulosa... Acho que a pessoa deveria estar pensando: Pick me! Pick me!

Anônimo disse...

a felicidade e a admiração sincera costumam ter data de validade curta.

Mariana disse...

Lindo.