quarta-feira, 11 de julho de 2007
sorte
Papel laminado correndo gigante nas bobinas. Alguém quase Björk de dançando no escuro manuseia as folhas. Corta em tamanho menor, embala e vende. Algum caminhão leva para alguma fábrica, que imprime tinta verde avisando que trata-se de menta e picota de novo. Esmeraldas de açúcar descem pela esteira. Dedos habilidosos fazem-nas sentirem-se abraçadas. Saco plástico, caminhão. Via Dutra ou qualquer outra, até o depósito. De lá negociadas sem glamour para algum supermercado. Administradora de festas compra com semanas de antecedência. No dia coloca em recipiente de vidro, bonito. Chega a grande noite, e a balinha de hortelã dorme despretensiosa. Dedos longos a alcançam. Minutos depois, embalagem detida por dentes que gostam de lábios, é acordada. Papel se estica lentamente. Frente à bala nua, ninguém presta atenção.
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2 comentários:
Ninguém presta atenção, só aquele gatinho descabelado de gravata com um copo de whisky na mão e um leve gingado desejoso do outro lado da pista.
como é bom ter alguém reparando em nossos detalhes... descobri hoje
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