Um deles é parente querido internado em hospital, mantido vivo por aparelhos. Cansado pelo tempo, colecionador de chagas pelo caminho, ferido de bala mês passado. Cada encontro é um alento. Dá vontade de dormir desconfortável na poltrona ao lado da cama, aguardando a volta à vida, de esperar até que apareça a cura, de insistir. Você viu aquele cara na Polônia, que acordou depois de não sei quantos anos?
Depois da volta para casa, depois de sentar à mesa da cozinha e chorar tomando um copo d'água, a palavra. Ortonásia. Recompõe-se. Na próxima visita eu falo. Falta coragem.
O outro nasceu prematuro mas não precisou de incubadora. É um bebê lindo, daqueles Anne Geddes, cheio de dobras. Se algum pediatra esperto o descobrisse, faria um estudo para levar a muitos congressos. Emocionar platéias e dizer a vida vive nos provando o contrário. Tem tudo para ser um adulto com tantas qualidades que as pessoas sorriem só de olhar. Falta que a mãe o abrace e embale.
terça-feira, 19 de junho de 2007
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3 comentários:
coisa boa demais. Um estilo cujo valor venho observando algum tempo. Entrou para a lista de leituras quase diárias
abraços
Já tô só vendo... vai ficar insuportável com tantos fãs.
fabio chiorino, que honra! primeiro hajasaquense a se manifestar, obrigado.
abobrinha, prometo me controlar.
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